Cinema

“Cruella” não agrada críticos

“Cruella” estreia, nesta quinta-feira (27), em vários países ao redor do mundo e estará disponível no Disney+, através do “Premier Access”, a partir dessa sexta (28). Antes de ser visto pelo público, porém, a crítica especializada já teve acesso ao filme e não tem sido muito receptiva à produção. No Rotten Tomatoes, ele está com apenas 73% de aprovação enquanto “Um Lugar Silencioso, Parte 2”, por exemplo, está com 96%. Muitos dos jornalistas que assistiram ao longa apontam falta de consistência e até mesmo falhas no enredo, principalmente, no início da história. “Alcança a duvidosa façanha de ser entediante, transgressor, caótico e inerte ao mesmo tempo”, afirmou Ann Hornaday, do Washington Post.

Para Dominic Griffin, do Looper, a produção também é entediante e chega a provocar sono. “Um filme que se esforça tanto para ser estiloso que realiza apenas a impressão de estilo [….] Trata-se de um banquete para os olhos, mas faz pouco esforço para evitar que as pálpebras do espectador se fechem quando a trama o deixa entediado e dá sono”, escreveu.

“O filme não é muito bom, mas oferece muito para se ver e ouvir e, por isso, termina sendo divertido”, afirmou Nell Minow, do Movie Mom. “Cruella é belo o suficiente para prender sua atenção, mas embaixo desse véu não há nada que prenda você”, disse Sean Mulvihill, do Fanboynation.com. Edward Douglas, do The Weekend Warrior, considerou o filme “uma verdadeira bagunça” enquanto Hannah Strong, do Little White Lies, chegou a dizer que ele “é muito pior do que você pensa que é”. “O principal propósito é lembrar você que outros filmes existem, o que termina por descrever toda a atual estratégia de negócios da Disney”, criticou A.O. Scott, do New York Times.

Muitas das falhas do filme têm sido atribuídas ao diretor Craig Gillespie. Há quem afirme que a produção merece uma sequência, mas sob a responsabilidade de outro cineasta. “O filme tem falhas, mas quando é bom é muito bom! Ambas as Emmas [Stone e Thompson] são, absolutamente, fabulosas, e o filme clama por uma sequência. Muito divertido e inteligente. Precisa de um novo diretor”, opinou Grace Randolph, do Beyond the Trailer. “É como se Gillespie e a equipe dele não tivessem encontrado uma forma de fazer a protagonista deles realmente má. Ela termina sendo muito mais um anti-herói”, afirmou Mark Cassidy, do ComicBookMovie.com. “Em cada momento de calmaria do filme, eu me peguei tentando descobrir porque exatamente Cruella existe, por mais divertido que seja”, disse Alex Cranz, do The Verge.

Muitos críticos também reclamaram do tempo de duração do longa e consideraram-no, desnecessariamente, longo. “É longo? Sim, cerca de 30 minutos [a mais], mas, ainda assim, é uma boa diversão”, disse Christopher Reed, do Film Festival Today. “O filme se alonga, e se alonga, e se alonga. A cada meia hora, eles dão início a um novo enredo”, comentou Lisa Trifone, do Third Coast Review.

Na mão contrária àqueles que não gostaram do filme, alguns críticos consideraram a produção divertida. O grande destaque é a atuação de Emma Stone e Emma Thompson e ainda a maquiagem e figurinos utilizado. “Se este filme não ganhar o Oscar de Melhor Maquiagem e Penteado e Melhor Figurino, mal posso esperar para ver quem vai superá-lo”, escreveu Richard Roeper, do Chicado Sun-Times. “A Disney consegue com Cruella uma de suas melhores adaptações baseadas em seus clássicos animados. O filme se perde logo no começo, com uma história instável e exagerada, mas se recupera aos poucos com visuais impecáveis e atuações certeiras encabeçadas pelas Emmas: Stone e Thompson”, escreveu Cesar Soto, do G1.

Em breve, o público também começará a opinar sobre o filme, que poderá terminar sendo um fracasso ou mesmo um sucesso como ocorreu com o live-action de “O Rei Leão”, que foi bastante criticado pelos especialistas, mas agradou a audiência, ultrapassando a marca de US$ 1.5 bi em arrecadação.

Sobre o autor

Patriolino Ribeiro Neto

Patriolino Ribeiro Neto é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Fortaleza. É também graduado em Jornalismo, área em que atua há mais de dez anos. Em 2008, a estreia na televisão ocorreu quando passou a comandar um telejornal esportivo. Viajar sempre foi uma paixão, tornando-se parte do seu trabalho em 2009. A curiosidade pela Disney o inspira desde pequeno. Muito cedo, começou a frequentar os complexos de parques temáticos da empresa ao redor do mundo e, até hoje, os tem como destinos preferidos. Dentre os seis resorts, Walt Disney World e Disneyland são seus prediletos.